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17/01/2013

Zero de acerto


Ensinaram-me quando criança, que errar é proibido. Aprendi que apagar é para os descuidados. Induziram-me ao acerto. Ligaram o automático. Estacionei várias vezes. Nunca eu poderia me achar na arte da dúvida. Assassinei o imaginário. Odiei os números. Sucumbi com a gramática. Diversas vezes fui ridicularizada na escola, no trabalho ou entre amigos.

Não assumir riscos, por medo de errar, levou-me ao perfeccionismo extremo. Tornei-me excessivamente contida, rígida e cheia de regras que me enclausuravam.  Para aqueles que se arriscavam a retirar-me daquele calabouço, com discursos programados, eu os recusava. Desprezíveis palavras de autoajuda. Eu pensava.

Até que, gritei para a vida. Descobri a paralisia da minha mente e dos errôneos ensinamentos, que sacrificavam a vivacidade e a espontaneidade. Engraçado, como sempre queremos estar certos. Pois, hoje, digo o contrário. É extremamente grandioso perceber, quando, finalmente, estamos errados.

Pois somente quando erro, é que sei que estou aprendendo algo novo. Que descubro novos limites. Que me permito lançar, apostar e tentar novamente. Não tivesse Albert Einstein se debruçado sobre a teoria da relatividade; não teria encontrado nela as falhas, que a inviabilizavam. Somente ao buscar por erros, é que pôde concluí-la. Do contrário, jamais assinaria o seu trabalho.

Um resultado satisfatório advém de várias tentativas. Da força de vontade de tornar, todos os erros necessários, em resultados positivos. É vital confrontar e duvidar. Por isso, vou continuar errando para aprender. Vou aprender errando para triunfar.

Estar certa é uma condição que, hoje, me permito quando todas as cartas já estão em cima da mesa. Quando a dúvida se dissipa e me eleva ao próximo estágio. Além do mais, a aprendizagem baseada somente no número de acertos importa bem menos, que os erros indispensáveis para desvelar a continuidade do meu aprendizado.

O êxito está exatamente na tênue relação entre a solidez e a rebeldia de pensamentos. Portanto, não se martirize pôr e pelos erros. Só nunca deixe de tentar sucessivamente! E sempre.

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